segunda-feira, 9 de abril de 2012

Borderline: Além dos Limites


Filme canadense da diretora Lyne Charlebois realizado no ano de 2008, estrelado pela fantástica atriz Isabelle Blais, conta a história de Kiki, uma jovem mulher que aos 30 anos de idade tenta encontrar um equilíbrio para sua vida. Com a mãe internada em um hospital psiquiátrico e avó doente, Kiki tem flashbacks de sua infância e adolescência sempre regada à bebida e sexo. E diante do caos que se encontra, precisa ainda terminar seu romance, cujo orientador é também seu amante.


Logo na primeira cena já ficamos apaixonados por Isabelle Blais e sua Kiki. Uma mulher inteligente, sagaz, de humor mórbido tentando se descobrir o tempo todo. Os diálogos são envolventes e inteligentes, e creio que Isabelle Blais merecia uma premiação por sua excelente atuação.

Faz frio durante todo o filme. Kiki caminha com seu cachorro na neve, e é como se sua alma fosse tão fria quanto o próprio clima, e a impressão que temos é a de que Kiki quer a todo custo fugir desse caos, sempre quis, até mesmo na adolescência quando se entregou à bebida e ao sexo desregrado na esperança de esquecer quem era.


Diferente de “Garota Interrompida”, cujo personagem de Winona Rider é diagnosticado com Transtorno de Personalidade Borderline, o filme pouco fala sobre o assunto, ou quase nada. O único momento em que o transtorno é retratado é em um pequeno diálogo entre Winona e sua enfermeira, quando enfim ela consegue entender o que se passa.
Em Borderline: Sem Limites é diferente. Em momento algum vemos a palavra “borderline”, e nem é preciso. O comportamento de Kiki já denuncia uma personalidade que esta sempre nos extremos, na borda dos sentimentos, na fronteira.
Suas angústias e seu drama são tão intensos, que as cenas de sexo e nudez ficam em segundo plano, embora sejam importantes para o enredo do filme, o que queremos mesmo é saber o que se acontece com Kiki, suas reações, seus pensamentos, sua essência.
Filme altamente recomendável para borderlines, parentes e amigos de borderlines e para aqueles que buscam incessantemente o autoconhecimento

Segue o trailler:


- Olá, meu nome é Kiki.
E não sou flor que se cheire.
Desculpe, farei direito.
Olá, meu nome é Kiki.
Sou uma viciada em sexo e dependente afetiva.
- Olá, Kiki.
-Sou viciada em tudo relacionado ao amor.
Eu realmente não sei o que dizer mais.
Hoje percebi que minha única relação estável é com Claude Viau,
meu cachorro.
Não façam mau juízo.
Não “fiz” com meu cachorro.
Minha relação com meu cachorro
é puramente platônica.
Claude Viau é um garoto que amei
dos 12 aos 15 anos.
Meu primeiro amor.
Eu lhe escrevi centenas de cartas, que nunca enviei.
Nos dia em que ele finalmente falou comigo,
eu o dispensei.

-Grande começo.
-É estranho.
Quando alguém me ama,
e…
Eu deveria me sentir bem,
confortável, eu acabo fugindo.
E…
quando me magoa,
Eu agarro.
É como se tivesse que machucar.

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