quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Coração Nublado




Hoje dentro de mim formou-se este clima chuvoso, triste, apagado e levemente frio. Meu coração está nublado, coberto por uma nuvem de medo, dúvidas e tristezas. Sinto que a chuva irá se intensificar, trazendo trovões de desesperos com relâmpagos de raivas. Temo que esta tempestade me machuque e atinja todos ao meu redor nos inundando de lágrimas e decepções.





(Kalili)

domingo, 20 de novembro de 2011

Em Carne Viva


Hoje extravasei todos sentimentos que estavam adormecidos dentro de mim feito um vulcão que de uma hora para outra entra em erupção destruindo tudo ao seu redor. No meu caso, não atingi árvores, casas, pessoas ou animais, mas sim a mim mesma. Me senti feito um homem bomba que opta por anular sua própria vida em prol de suas convicções sejam elas religiosas, culturais ou psicológicas. Eu precisava urgentemente eliminar minha dor, destruí-la, antes que ela me destruísse. Então, num ato de desespero, dominada pelo meu sofrimento comecei a cortar meu braço com uma gillette. Ao ver meu sangue escorrendo pelas mãos, meu coração desacelerou e meu choro se conteve. É como se por instantes a dor e sofrimento tivessem saído de dentro de mim através dele. Mas não saíram. Estes sentimentos prevalecem em mim misteriosos feito um vulcão. Ninguém sabe ao certo quando e porquê irão despertar.
Minha atitude me surpreendeu, pois nunca me cortei. Há muito tempo em determinadas situações costumava me arranhar e tirar fios de cabelo, mas me cortar foi inédito. Não tenho orgulho nenhum disso, muito pelo contrário estou chocada. Não imaginava que seria capaz de fazer algo tão insano. Confesso que estou com medo de mim mesma.

(Kalili)

Quebrando meu silêncio...


Na minha infância aos 05 anos de idade fui vítima de abuso sexual. Não contarei detalhes pois é terrível e muito constrangedor relembrar esta experiência, assim como está sendo um grande desafio escrevê-la neste blog.

A maioria dos pais não imaginam que seus filhos possam ser vítimas de abuso sexual por alguém da família, vizinhos, conhecidos ou qualquer pessoa que conviva com a criança. Infelizmente essa realidade existe.

No meu caso sofri abuso sexual pelo meu tio. Meus pais nunca notaram, pois sempre fui uma criança quieta. Todavia, eles não conseguiram enxergar os demais sinais apresentados por mim, pela falta de conhecimento sobre o assunto.

Eu me tornei uma criança isolada, com dificuldades no aprendizado escolar devido a falta de concentração, tive muitos pesadelos. Achava que as bonecas do meu quarto estavam me perseguindo, morria de medo de dormir sozinha, me sentia desprotegida. Na adolescência eu era o oposto de qualquer garota.

Não gostava de sair, de falar no telefone, não me interessava por garotos, era extremamente rebelde. Meu único interesse era estar ao lado dos meus pais e da minha avó. Aos 17 anos, desenvolvi anorexia nervosa, bulimia e depressão.

Até hoje tenho transtorno alimentar, depressão, não gosto do meu corpo, sinto vergonha dele. Por volta dos 25 anos, meus sentimentos se intensificaram e minhas mudanças de humor alternavam feito uma gangorra.

Não conseguia conter meus impulsos, fazia e falava o que estava sentindo naquele momento. Quando me contrariavam simplesmente explodia de raiva. As mudanças de humor se tornaram constantes e insuportáveis para mim e para todos que conviviam comigo.

Minha depressão se intensificou e a possibilidade de morrer se tornou a melhor saída para não encarar meus medos, dores e frustrações. Tentei me suicidar 03 vezes, mas me impediram, ou melhor, me interromperam.

Então, descobri que uma pessoa do meu convívio, confiável para minha família me tornou uma Borderline.



(Kalili)

sábado, 19 de novembro de 2011

Desvendando o Ego e o Comportamento Borderline


Patologicamente podemos dizer que a pessoa portadora de Personalidade Borderline, embora seja bem menos perturbada que os psicóticos, são muito mais complexas que os neuróticos. Entretanto, não apresenta deformações de caráter típicas das personalidades sociopáticas. Na realidade, o Borderline tem séria limitação para usufruir as opções emocionais diante dos estímulos do cotidiano e, por causa disso, só costuma enfurecer diante dos pequenos estressores.

São indivíduos sujeitos a acessos de ira e verdadeiros ataques de fúria ou de mau gênio, em completa inadequação ao estímulo desencadeante. Essas crises de fúria e agressividade acontecem de forma inesperada, intempestivamente e costumam ter por alvo pessoas do convívio mais íntimo, como por exemplo os pais, irmãos, familiares, amigos, namoradas, cônjuges, etc.

Embora o Borderline mantenha condutas até bastante adequadas em bom número de situações, ele tropeça escandalosamente em outras triviais e simples. O limiar de tolerância às frustrações é extremamente susceptível nessas pessoas.

O curto-circuito agressivo expresso pelo Borderline sob a forma de crise pode desempenhar várias funções psicodinâmicas, como por exemplo, aliviar o excedente de tensão interna, impedir maior conflito e frustração, ressaltar a presença do paciente, ainda que de forma desagradável e ineficaz, melhorar a auto-afirmação, obrigar o ambiente a reconhecer sua importância, ainda que para se lhe opor ou confrontar.

O Borderline também está sujeito a exuberantes manifestações de instabilidade afetiva, oscilando bruscamente entre emoções como o amor e ódio, entre a indiferença ou apatia e o entusiasmo exagerado, alegria efusiva e tristeza profunda. A vida conjugal com essas pessoas pode ser muito problemática, pois, ao mesmo tempo em que se apegam ao outro e se confessam dependentes e carentes desse outro, de repente, são capazes de maltratá-lo cruelmente.

Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Borderline se esforçam freneticamente para evitarem um abandono, seja um abandono real ou imaginado. A perspectiva da separação, perda ou rejeição podem ocasionar profundas alterações na auto-imagem, afeto, cognição e no comportamento. O Borderline vive exigindo apoio, afeto e amor continuadamente. Sem isso, aflora o temor à solidão ou a incapacidade de ficar só, em presença de si mesmo.

Esses indivíduos são muito sensíveis às circunstâncias ambientais e o intenso temor de abandono, mesmo diante de uma separação exigida pelo cotidiano e por tempo limitado, são muito mal vivenciadas pelo Borderline. Esse medo do abandono está relacionado a uma grande intolerância à solidão e à necessidade de ter outras pessoas consigo. Seus esforços frenéticos para evitar o abandono podem incluir ações impulsivas, tais como comportamentos de auto-mutilação ou ameaças de suicídio.

A tendência a alguma forma de adição, como o álcool, remédios, drogas, ou mesmo o trabalho desenfreado, o sexo insistentemente perseguido, o esporte, alguma crença, etc., refletem uma busca desenfreada de "um algo mais" que lhe complete e lhe dê sossego.

Segundo Marco Aurélio Baggio, quem melhor descreve o Ego desses pacientes, os Borderlines são pouco capazes de se empenharem numa tarefa com persistência e acuidade. Desistem do esforço e circulam em torno daquilo que é preciso fazer mas não fazem. Em relação ao contacto inter-pessoal, eles têm uma tendência a atacar o outro do qual dependem, como forma de camuflar a grande necessidades de dependência. São habilidosos em estimular o outro a lhes propiciar aquilo que precisam, mas recebem tudo o que lhe fazem como quem nada deve.


Ballone GJ, Moura EC - Personalidade Borderline- in. PsiqWeb, Internet, disponível em http://virtualpsy.locaweb.com.br/www.psiqweb.med.br/, revisto em 2008.

Compreendendo o Transtorno de Personalidade Borderline


Na CID. 10

Na atual classificação da Organização Mundial de Saúde (CID.10), o distúrbio denominado Personalidade Borderline está incluído no capítulo dos Transtornos de Personalidade Emocionalmente Instável. Este transtorno se subdivide em 2 tipos; o Tipo Impulsivo e o Tipo Borderline. O subtipo Impulsivo é sinônimo do que conhecemos por Transtorno Explosivo e Agressivo da Personalidade.

Primeiramente vejamos do que se trata o Transtorno de Personalidade Emocionalmente Instável.

A CID.10 diz que se trata de um transtorno de personalidade, no qual há uma tendência marcante a agir impulsivamente e sem consideração das conseqüências, juntamente com acentuada instabilidade afetiva.

Nessas pessoas a capacidade de planejar pode ser mínima e os acessos de raiva intensa podem, com freqüência, levar à explosões comportamentais e de violência. Essas explosões costumam ser facilmente precipitadas, principalmente quando esses atos impulsivos são criticados ou impedidos por outros.

Ambos tipos desse transtorno de personalidade compartilham a impulsividade e a falta de autocontrole; o Tipo Impulsivo e o Tipo Borderline.

O Tipo Impulsivo se traduz predominantemente por instabilidade emocional e falta de controle de impulsos. Aqui os acessos de violência ou comportamento ameaçador são comuns, particularmente em resposta a críticas de outros.

Com essas características o transtorno de personalidade pode ser chamado também de Transtorno Explosivo Intermitente.

No Tipo Borderline ou Limítrofe várias características de instabilidade emocional estão presentes. Somado à impulsividade, há perturbação variável da auto-imagem, dos objetivos e das preferências internas, incluindo a sexual.

O paciente Borderline freqüentemente se queixa de sentimentos crônicos de vazio. Há sempre uma propensão a se envolver em relacionamentos intensos mas instáveis, os quais podem causar nessas pessoas, repetidas crises emocionais.

A CID.10 diz ainda que esses pacientes se esforçam excessivamente para evitar o abandono, podendo haver quanto a isso, uma série de ameaças de suicídio ou atos de autolesão.

Critérios Diagnósticos para F60.31 - 301.83 Transtorno da Personalidade Borderline:

Um padrão invasivo de instabilidade dos relacionamentos interpessoais, auto-imagem e afetos e acentuada impulsividade, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, como indicado por cinco (ou mais) dos seguintes critérios:

(1) esforços frenéticos para evitar um abandono real ou imaginado.

Nota: Não incluir comportamento suicida ou automutilante, coberto no Critério 5

(2) um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos, caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização

(3) perturbação da identidade: instabilidade acentuada e resistente da auto-imagem ou do sentimento de self

(4) impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente prejudiciais à própria pessoa (por ex., gastos financeiros, sexo, abuso de substâncias, direção imprudente, comer compulsivamente).

Nota: Não incluir comportamento suicida ou automutilante, coberto no Critério 5

(5) recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento automutilante

(6) instabilidade afetiva devido a uma acentuada reatividade do humor (por ex., episódios de intensa disforia, irritabilidade ou ansiedade geralmente durando algumas horas e apenas raramente mais de alguns dias)

(7) sentimentos crônicos de vazio

(8) raiva inadequada e intensa ou dificuldade em controlar a raiva (por ex., demonstrações freqüentes de irritação, raiva constante, lutas corporais recorrentes)

(9) ideação paranóide transitória e relacionada ao estresse ou severos sintomas dissociativos
 
A personalidade do Borderline é uma peça de teatro onde os atores coadjuvantes estão sempre esperando ele, o ator principal. Trata-se de um ego que não tolera o vazio, a separação, a ausência, não sabe superar com equilíbrio os conflitos.


Ballone GJ, Moura EC - Personalidade Borderline- in. PsiqWeb, Internet, disponível em http://virtualpsy.locaweb.com.br/www.psiqweb.med.br/, revisto em 2008.

As Feridas da Minha Vida



Existe algo dentro do meu peito que me sufoca, me deixa sem ar. Ao mesmo tempo sinto uma vontade imensa de fazer alguma coisa, mas não sei o que é.

Sinto vontade de sair correndo, gritar, chorar, pedir socorro, implorar para que alguém me explique o que estou sentindo. Tem algo dentro de mim que me causa uma dor insuportável.

As vezes sinto como se alguém pegasse meu coração e expremesse feito uma laranja tirando todos meus sentimentos, fazendo com que eu sinta apenas um vento bem gelado percorrendo meu peito.

Ultimamente não creio que Deus exista. Se Ele existisse porque me deixaria sofrer tanto... O que eu fiz de tão grave para merecer este castigo... Não suporto ter que conviver com tanta dor dentro de mim.

Não consigo compreender porque a vida e as pessoas me causaram tanto sofrimento. Jamais aceitarei o fato de ter sido amarrada por uma professora na escola aos 02 anos de idade, ser vítima de bullying na escola e no ballet, sofrer abuso sexual durante minha infância por um tio, lutar durante anos para enfim ficar ao lado do amor da minha vida, contra um sogro que me odeia e sempre fez questão de demonstrar este sentimento.

Minha única razão de viver é meu marido. Ele é a pessoa mais importante deste mundo para mim. Não sei o que eu seria e o que faria sem ele, sem o seu amor e apoio. Ele é o motivo pelo qual não desisto de viver.

Se hoje tenho força e coragem para revelar e deixar vir a tona todas essas feridas do passado, é devido ao apoio, compreensão, tolerância, paciência e amor que ele me proporciona.

Tenho muito medo que ele fique cansado de tudo isso ou que em algum momento de raiva e impulsividade eu o magoe e ele não me perdoe.

A possibilidade de ser abandonada por ele devido ao TPB me assusta e entristece demais. Ele é a motivação da minha vida, sem ele não posso existir.

Abordagens Clínicas para o Diagnóstico de TPB

 A escola americana põe ênfase na labilidade do Ego ou do self e na difusão da identidade. Melita Schmideberg admite que o Borderline apresenta transtornos em quase todas as áreas da pessoalidade, principalmente nas relações interpessoais, na profundidade (qualidade) dos sentimentos, na identificação e na empatia, na atitude social, no controle da vontade (volição), na capacidade para o trabalho, na necessidade de prazer, na vida sexual, no controle das emociones, na vida das fantasias, na elaboração e valoração dos ideais e no planejamento das metas da vida.

Suas relações com o objeto são superficiais, carecendo de profundidade de sentimentos, de constância, empatia e consideração pelos demais. Também apresenta transtornos de caráter de nível variado e os sintomas clínicos são:


1. - ANGÚSTIA

É crônica e difusa. Trata-se de um afeto contínuo e surdo mas que, no obstante, pode se manifestar como uma crise de angústia aguda e com sintomas somáticos correspondentes. Pode sobrevir uma crise histérica com comprometimento de todas as funções psíquicas, juntamente com manifestações somáticas variadas, tais como vertigem, taquicardia e outros característicos do Transtorno de Ansiedade Aguda.

A desrealização e a despersonalização aparecem como extremos dessas crises, também acompanhadas de sintomas somáticos. É uma angústia ligada à perda de sentido, tal como foi observada por Freud quando diante de perspectivas ou ameaças de separação.


2. - INCAPACIDADE PARA SENTIR

Às vezes o paciente experimenta a consciência de um vazio afetivo, despersonalização e incapacidade para sentir emoções. Outras vezes encenam episódios do tipo histérico, com reações emocionais exageradas, ingerem álcool ou drogas, cometem delitos ou têm relações sexuais patológicas para libertar-se da sensação de vazio existencial.

Ainda que não consigam experimentar emoções genuínas, também não podem suporta-las caso existam. Protegem-se contra os sentimentos mantendo as relações em um nível superficial ou mudando freqüentemente de trabalho, de amigos ou do lugar onde vivem.

Isso pode explicar a grande instabilidade dos pacientes Borderlines. Schmideberg disse que os Borderlines são, fundamentalmente, não sociais e alguns, declaradamente anti-sociais. Uma das manifestações da instabilidade é a instabilidade afetiva, que pode perturbar suas relações sociais.

No plano ocupacional também se mostram instáveis. Mesmo que esses pacientes tenham condições intelectuais normais, falta-lhes capacidade para a concentração, para a perseverança e para o desejo para um esforço mais firme.
Outros fatores que contribuem para a instabilidade ocupacional são sua baixa tolerância à frustração, hipersensibilidade às críticas e a expectativa de conseguir recompensas totalmente desproporcionais.
Também deve ser destacada a incapacidade para os Borderlines aceitar as regras e a rotina. Por tudo isso eles acabam sendo despedidos de seus empregos ou que eles mesmos pedem demissão. 


3. - DEPRESSÃO

A depressão do Borderline se caracteriza, basicamente, por sentimentos de vazio e solidão. A diferença do que ocorre no verdadeiro depressivo, no qual existe medo da destruição do objeto amado, no caso do Borderline ha explosões de ira ou raiva contra o objeto considerado frustrante.


4. - INTOLERÂNCIA A SOLIDÃO

A modalidade de relação com o objeto é do tipo anaclítica (procure por Depressão Anaclínica no dicionário). A intolerância a estar só se manifesta como um afã de prender-se vorazmente, através da voz ou da presença física do outro, ou em determinados casos por intermédio do objeto droga, álcool ou alimento, segundo seja a adicção, como tentativa frustrada de supressão da falta. Na realidade, toda tensão de separação é intolerável ao Borderline, produzindo as condutas de aderência exagerada ao objeto.


5. - ANEDONIA

Anedonia é a incapacidade de sentir prazer. Existe sempre no paciente Borderline uma insatisfação permanente e manifesta, uma frustração constante e os objetivos de prazer que pretendem nunca chegam consegui-los, são para eles, inalcançáveis. Ou, pior ainda, quando são alcançados, perdem valor imediatamente. No pacientes Borderline a tendência a evitar o desprazer se faz mais forte que a busca do prazer.


6. - NEUROSE POLI-SINTOMÁTICA

O paciente borderline pode apresentar dois ou mais dos seguintes sintomas:


a) Fobias múltiplas, geralmente graves, especialmente a agorafobia. A relação com o objeto está submetida à regulação da distância com mecanismos agorafóbicos e claustrofóbicos. Essas sensações associadas a tendências paranóides, originam serias inibições sociais.

b) Sintomas obsessivos-compulsivos. Normalmente esses sentimentos, muito repudiados pelo portador de TOC, são Ego Sintônicos no paciente Borderline, inclusive com tendência a racionalização.

c) Múltiplos sintomas de conversão (histéricos), geralmente crônicos.

d) Reações dissociativas (histéricas).

e) Transtornos de consciência, Estados Crepusculares, fugas e amnésias.

f) Hipocondria e exagerada preocupação por a saúde e temor crônico a enfermar. Refere-se não só ao corpo, mas também à mente. Descrevem minuciosamente seu mal-estar, com reações e sensações esdrúxulas. É comum o medo de enlouquecerem.

g) Tendências paranóides com idéias deliróides persecutórias.

h) Descontrole dos impulsos. Este descontrole impulsivo pode ser ego diatônico ou ego sintônicos. O alcoolismo, drogadição, bulimia, compras descontroladas, cleptomania, são sintomas impulsivos comuns entre os Borderlines.



8. - TENDÊNCIAS SEXUAIS NÃO-NORMAIS (PARAFILIAS)

Podem coexistir varias tendências em forma de fantasias ou de ações. As formas bizarras de sexualidade, principalmente as que manifestam agressão ou substituição primitiva dos fins genitais, tais como atitudes eliminatórias (urinar, defecar). Às vezes a homossexualidade pode funcionar como defesa contra a sensação e a ansiedade de abandono.

A homossexualidade costuma representar a busca de gratificação das necessidades orais. Pode também manifestar relações homossexuais sadomasoquistas e promíscuas.

9. - EPISÓDIOS PSICÓTICOS BREVES

Aqui se incluem a desrealização e despersonalização. As idéias de auto-referência e os quadros paranóides predominam nesses Episódios Psicóticos Breves. As manifestações clínicas seriam: transtornos paranóides, depressões com idéias de suicídio, Episódios Maníacos, quadros de automutilação. Esses episódios agudos costumam ser reativos, normalmente à ruptura de algum vínculo.

10. - ADAPTAÇÃO SOCIAL

Existem várias possibilidades para o contacto social borderline. A evitação, por exemplo, acontece nos casos do borderline esquizóide e depressivo, mas o relacionamento interpessoal também pode ter características anti-sociais. Em geral, as relações interpessoais costumam estar prejudicadas e nas reações paranóides, tão comuns entre esses pacientes, a conduta social pode ser agressiva.



Ballone GJ, Moura EC - Personalidade Borderline- in. PsiqWeb, Internet, disponível em http://virtualpsy.locaweb.com.br/www.psiqweb.med.br/, revisto em 2008.

Comportamento e Personalidade no TPB


Personalidade Borderline têm um padrão de relacionamentos instável e, ao mesmo tempo, intenso. Na vida a dois, eles podem desenvolver intenções de protetores ou amantes já no primeiro ou no segundo encontro, exigir que passem muito tempo juntos e compartilhem detalhes extremamente íntimos ainda na fase inicial de um relacionamento. Essas pessoas podem sentir empatia e carinho por outras pessoas, entretanto, tais sentimentos são frutos exclusivos da expectativa de que a outra pessoa estará lá para atender suas próprias necessidades de apoio, carinho e atenção.




Pode haver no Borderline, uma rápida passagem da idealização elogiosa para sentimentos de desvalorização, por achar que a outra pessoa não se importa o suficiente com ele, não dá o bastante de si, não se mobiliza o suficiente. Portanto, são insaciáveis em termos de atenção. Eles são inclinados a mudanças súbitas em suas opiniões sobre os outros.





A inconstância do Borderline se observa também em relação ao juízo que tem de si mesmo e de sua vida. Ele pode ter súbitas mudanças de opiniões e planos acerca de sua carreira, sua identidade sexual, seus valores e mesmo sobre os tipos de amigo ideal.





Os indivíduos com este transtorno exibem impulsividade em áreas potencialmente prejudiciais para si próprios, tais como nos esportes, nos jogos de azar, no consumo de tabaco, álcool, drogas, etc. Eles podem jogar, fazer gastos irresponsáveis, comer em excesso, abusar de substâncias, engajar-se em sexo inseguro ou dirigir de forma imprudente. As pessoas com Transtorno da Personalidade Borderline podem apresentar comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou comportamento auto-mutilante .





O suicídio completado costuma ocorrer em 8 a 10% desses indivíduos impulsivos, e os atos de auto-mutilação também impulsivos, como por exemplo, cortes ou queimaduras também são comuns. Esses atos auto-destrutivos geralmente são precipitados por ameaças de separação ou rejeição, por expectativas de que assumam maiores responsabilidades ou mesmo por frustrações banais.





Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Borderline podem apresentar instabilidade afetiva, devido a uma acentuada reatividade do humor, como por exemplo, euforia ou depressão (disforia) episódica, irritabilidade ou ansiedade, em geral durando apenas algumas horas. O humor disfórico (euforia ou depressão) dos indivíduos com Transtorno da Personalidade Borderline muitas vezes é acompanhado por períodos de raiva, pânico ou desespero.





Essas pessoas ficam facilmente entediadas, não aceitam bem a constância ou mesmo a serenidade, e podem estar sempre procurando algo para fazer. Os sentimentos agressivos dessas pessoas não costumam ser dissimulados e eles freqüentemente expressam raiva intensa e inadequada ou têm dificuldade para controlar essa raiva. Eles podem exibir extremo sarcasmo, persistente amargura ou explosões verbais. Por outro lado, essas expressões de raiva freqüentemente são seguidas de vergonha e culpa e contribuem para o sentimento de baixa auto-estima.









Ballone GJ, Moura EC - Personalidade Borderline- in. PsiqWeb, Internet, disponível em http://virtualpsy.locaweb.com.br/www.psiqweb.med.br/, revisto em

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Abuso Sexual Infantil



ABUSO SEXUAL INFANTIL

Chocante! Essa é a palavra para descrever a campanha da Euro para a Cerca (Centro de Referência Contra o Abuso Infantil). A peça foi criada para falar do dia 18 de maio, o dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infanto-Juvenil .

Eles utilizaram uma impressão de tinta fluorescente para divulgar o problema. A peça diz: Apague a luz e ajude a acabar com o medo de escuro que a Aninha tem.

Quando apagamos a luz, vemos que existe uma impressão em tinta fluorescente que denúncia a exploração sexual infantil.
 
ABUSO SEXUAL
 Toda ação praticada por um adulto (ou pessoa em estágio de desenvolvimento psicossocial mais adiantado em relação à criança e ao adolescente), que numa relação de poder, obriga uma criança a práticas sexuais por meio da força física, de influência psicológica (intimidação, aliciamento, indução da vontade, sedução) ou do uso de armas e drogas.
O abuso sexual às crianças pode ocorrer na família, através do pai, do padrasto, do irmão ou outro parente qualquer.
Outras vezes ocorre fora de casa, como por exemplo, na casa de um amigo da família, na casa da pessoa que toma conta da criança, na casa do vizinho, de um professor ou mesmo por um desconhecido.
 
FORMAS DE ABUSO SEXUAL

• Exibicionismo: É a exposição de partes sexuais, com intenção de chocar a criança e o adolescente;
• Voyerismo: É a maneira de obter prazer através da observação de atos ou órgãos sexuais da vítima.
• Abuso sexual verbal: Pode ser definido por conversas abertas sobre atividades sexuais destinadas a despertar o interesse da criança ou do adolescente ou a chocá-los, como telefonemas obscenos.
• Assédio sexual: Proposta de contato sexual, em que é empregada a posição de poder do abusador, que usa de chantagem para com a vítima.
• Atentado Violento ao Pudor: É constranger alguém a praticar atos libidinosos, sem penetração vaginal. Utilizando violência ou grave ameaça.
• Estupro: É o ato sexual em que ocorre penetração vaginal ou anal, com uso da violência ou grave ameaça.
• Pedofilia: Qualidade do abusador que tem interesse apenas por crianças.
A CRIANÇA ABUSADA

A criança abusada sexualmente devido ao fato de não ser preparada psicologicamente para o estímulo sexual desenvolve problemas emocionais por não ter habilidade diante deste tipo de estimulação.

A criança de cinco anos ou pouco mais, mesmo conhecendo e apreciando a pessoa que o abusa, se sente profundamente conflitante entre a lealdade para com essa pessoa e a percepção de que essas atividades sexuais estão sendo terrivelmente más.

Para aumentar ainda mais esse conflito, pode experimentar profunda sensação de solidão e abandono.

Quando os abusos sexuais ocorrem na família, a criança pode ter muito medo da ira do parente abusador, medo das possibilidades de vingança ou da vergonha dos outros membros da família ou, pior ainda, pode temer que a família se desintegre ao descobrir seu segredo.

A criança que é vítima de abuso sexual prolongado, usualmente desenvolve uma perda violenta da auto-estima, tem a sensação de que não vale nada e adquire uma representação anormal da sexualidade.

A criança pode tornar-se muito retraída, perder a confiaça em todos adultos e pode até chegar a considerar o suicídio, principalmente quando existe a possibilidade da pessoa que abusa ameaçar de violência se a criança negar-se aos seus desejos.
Algumas crianças abusadas sexualmente podem ter dificuldades para estabelecer relações harmônicas com outras pessoas, podem se transformar em adultos que também abusam de outras crianças, podem se inclinar para a prostituição ou podem ter outros problemas sérios quando adultos.
Comumente as crianças abusadas estão aterrorizadas, confusas e muito temerosas de contar sobre o incidente. Com freqüência elas permanecem silenciosas por não desejarem prejudicar o abusador ou provocar uma desagregação familiar ou por receio de serem consideradas culpadas ou castigadas. Crianças maiores podem sentir-se envergonhadas com o incidente, principalmente se o abusador é alguém da família.
Mudanças bruscas no comportamento, apetite ou no sono pode ser um indício de que alguma coisa está acontecendo, principalmente se a criança se mostrar curiosamente isolada, muito perturbada quando deixada só ou quando o abusador estiver perto.

O COMPORTAMENTO DAS CRIANÇAS ABUSADAS SEXUALMENTE PODE INCLUIR

• Interesse excessivo ou evitação de natureza sexual;
• Problemas com o sono ou pesadelos;
• Depressão ou isolamento de seus amigos e da família;
• Achar que têm o corpo sujo ou contaminado;
• Ter medo de que haja algo de mal com seus genitais;
• Negar-se a ir à escola,
• Rebeldia e Delinqüência;
• Agressividade excessiva;
• Comportamento suicida;
• Terror e medo de algumas pessoas ou alguns lugares;
• Retirar-se ou não querer participar de esportes;
• Respostas ilógicas (para-respostas) quando perguntamos sobre alguma ferida em seus genitais;
• Temor irracional diante do exame físico;
• Mudanças súbitas de conduta.

CONSEQUÊNCIAS DO ABUSO SEXUAL
As principais seqüelas do abuso sexual são de ordem psíquica, sendo um relevante fator na história da vida emocional de homens e mulheres com problemas conjugais, psicossociais e transtornos psiquiátricos.
Antecedentes de abuso sexual na infância estão fortemente relacionados a comportamento sexual inapropriado para idade e nível de desenvolvimento, quando comparado com a média das crianças e adolescentes da mesma faixa etária e do mesmo meio sócio-cultural sem história de abuso.
Em nível de traços no desenvolvimento da personalidade, o abuso sexual infantil pode estar relacionado a futuros sentimentos de traição, desconfiança, hostilidade e dificuldades nos relacionamentos, sensação de vergonha, culpa e auto-desvalorização, à baixa autoestima à distorção da imagem corporal, Transtorno de Personalidade Borderline e Transtorno de Conduta.
Em relação a quadros psiquiátricos francos, o abuso sexual infantil se relaciona com o Transtorno do Estresse Pós-traumático, com a depressão, disfunções sexuais (aversão a sexo), quadros dissociativos ou conversivos (histéricos), dificuldade de aprendizagem, transtornos do sono (insônia, medo de dormir), da alimentação, como por exemplo, obesidade, anorexia e bulimia, ansiedade e fobias.
Fonte: Ballone GJ - Abuso Sexual Infantil, in. PsiqWeb, Internet, disponível em "www.psiqweb.med.br, revisto em 2005





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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Diagnóstico: Transtorno de Personalidade Borderline

 Aos 17 anos de idade comecei a fazer tratamento e tomar antidepressivos. Minha história é repleta de traumas, humilhações, abuso sexual, abandono, etc. Na adolescência tive anorexia nervosa, quase morri... Até hoje tenho transtorno alimentar. Aos 25 anos, extremamente deprimida, extremamente irritada, nervosa, ansiosa, literalmente surtava com meu namorado, hoje atual marido (um anjo na minha vida), e após tentar me suicidar por 3 vezes, minha mãe resolveu me levar em outra psiquiatra. A mesma que obteve sucesso no tratamento dela quando teve Síndrome do Pânico. Há dois anos iniciei meu tratamento com esta psiquiatra e hoje me sinto menos deprimida e um pouco mais calma. Sempre perguntei qual era o meu diagnóstico e ela dizia que eu tinha uma impulsividade fora do comum, rodeava sobre o assunto e ficava por isso mesmo. Todavia, não me dei por satisfeita e comecei a pesquisar meus sintomas no Google. Então após muita leitura, estudos e pesquisas fui capaz de me auto-diagnosticar com o Transtorno de Personalidade Borderline. Até hoje não sei o que senti quando me rotulei, afinal eu queria uma explicação, eu procurei por isso. Continuei procurando inúmeras informações sobre o assunto na internet e ontem encontrei muitos blogs com o tema. Li várias autobiografias, fiquei muito comovida com os relatos de dores, sofrimentos, diagnósticos. Tudo isso ficou martelando na minha cabeça e resolvi perguntar para o meu marido que é médico o que ele achava que eu tinha. Ele se sentou ao meu lado no sofá, olhou de uma forma sincera e comovente dentro dos meus olhos e me disse: "Ká, não temos segredos entre nós, sua mãe me pediu para não te contar, mas você merece saber a verdade. A psiquiatra revelou seu diagnóstico para ela. Você estava certa o tempo todo. Você tem o Transtorno de Personalidade Borderline, mas pra mim isso não faz diferença, eu amo você e sempre amarei do jeito que você é." Mas não teve jeito, eu chorei desesperadamente. Não adiantou nada eu ter descoberto por mim mesma que era TPB, ouvir isso do meu marido me tirou o chão.

(Kalili)

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Apresentação


Meu nome é Kalili, tenho 27 anos, casada, bacharel em Direito, moro no interior de São Paulo. Não trabalho, apenas estudo, ou melhor, tento estudar para o exame da OAB. Me matriculei por duas vezes num curso preparatório para a OAB, mas não frequentava. Não tinha ânimo para ir nas aulas, não gosto da cidade onde moro, considero as pessoas deste lugar interesseiras, focadas no status social, portanto, para mim são pessoas medíocres. Porém, este ano após me matricular pela terceira vez no curso para o exame da OAB, pude frequentar a maioria das aulas. No entanto me sentia obrigada a ir nas aulas porque aceitei o convite para ser monitora da turma. No fundo não queria aceitar pois sabia que seria uma lástima como monitoria, ou seja, não cumpriria minhas funções estabelecidas pela coordenação do curso, mas não teve saída, eu era a única pessoa com horário disponível para exercer este cargo.... Como retribuição, já que ninguém faz nada de graça neste mundo, eles me concederam 50% de desconto. Fiquei super feliz porque o cursinho é caro e meu marido já tinha pago duas vezes.... O horário era péssimo. Só tinha turma a noite o único horário que as vezes posso ter a companhia do meu marido, e pra piorar eram 4 horas de aulas exaustivas, daquelas aulas que você é capaz de sentir sua alma sair de dentro de si e vagar pelo mundo.





Toda tarde me preparava psicologicamente para ir assistir as aulas. Ficava dizendo pra mim mesma: ''Você precisa arranjar força, coragem, vergonha na cara e ir nas aulas sua inútil. Você não faz nada na vida, é sustentada pelo marido, com muito esforço conseguiu se formar e agora não vai virar nada...'' Além das minhas cobranças, lembrava das cobranças da minha mãe para ser uma mulher independente. Então mediante essa tortura psicológica frequentei durante várias noites o curso que me daria o título de ser alguma coisa nessa vida ou perante a sociedade, afinal de contas ser bacharel em Direito não significa ser um profissional para o mercado de trabalho.




No primeiro dia de aula o coordenador explicou que eu deveria ligar o retroprojetor, ajustar o som, passar a lista de chamada, anotar as dúvidas dos alunos e o principal, solicitar silêncio durante as aulas, já que eram via satélite e não teria como repetir a explicação caso alguém se perdesse durante as explicações. Após todas essas orientações entrei na sala, procurei o lugar mais discreto possível, me sentei no fundo ao lado da parede. A sala estava lotada, tive a sensação de ser analisada por cada pessoa. Me sentar ao lado da parede foi uma excelente escolha, de alguma forma me sentia protegida por ela... Durante o intervalo algumas pessoas vieram conversar comigo, me perguntando onde me formei, onde moro, de onde sou... Respondido ao interrogatório pude constatar que era uma intrusa, posto que todos eles estudaram durante 05 anos na mesma turma de Direito, ao passo que eu vinha de outra cidade, estudei em outra faculdade e ainda por cima teria o dever de monitora-los. Meus sentimentos se reviraram e a culpa me dominou. Precisava ir nas aulas, não poderia falhar e decepcionar meu marido, família e amigos novamente. Então, durante dois meses frequentei continuamente sem faltar a nem uma aula. A culpa me empurrava e de alguma forma eu conseguia chegar naquele lugar. Conversava apenas quando vinham conversar comigo, retribuia o cumprimento daqueles que se dirigiam a mim e cumpria meus deveres de monitora. Como nada é perfeito, em uma aula após o intervalo, 3 moças não paravam de jogar bilhetes os quais alguns cairam em mim. Não levei para o lado pessoal, me fiz de idiota e continuei a prestar atenção na aula sem falar nada, até que uma delas começou a conversar com a colega e incomodar os raros alunos interessados em aprender a matéria. Não tive escolha e fiz "xiuuuu" pedindo silêncio. Ela não parou, pelo contrário, conversava mais alto. Então, novamente fiz "xiuuu" e nada. Pensei comigo: "Caramba, o que uma mulher de quase quarenta anos está fazendo aqui... ela não sabe se comportar num curso preparatório, imagine numa audiência, julgamento, etc." Fiquei p. da vida!!! Então olhei para traz novamente e pedi silêncio olhando fixamente em seus olhos. Ela disse que eu não poderia lhe mandar calar a boca, então retribui dizendo que não mandei calar a boca, mas sim fazer silêncio. Não conformada ela começou a me xingar e os demais colegas a apoiaram, dizendo que eu não poderia ter agido daquela forma. Me acusaram por não querer me enturmar com eles, disseram que sou indiferente... Me senti a pior pessoa do mundo, não consegui falar nada. Virei as costas e sai da sala. Entrei na coordenação, narrei toda a história e desabei a chorar de raiva, de vergonha, de frustração, humilhação. Naquele momento fiquei descompensada. Sabia que se voltasse pra casa dirigindo sozinha seria capaz de cometer loucuras, então pedi para que chamassem o meu marido. Me senti uma criança que briga com a colega e chamam os pais para conversarem. Quanta humilhação, raiva, vontade de morrer, sumir. Meu marido precisou abandonar o plantão e me socorrer. Me senti ridícula, aliás me sinto ridícula até agora. Depois deste episódio, não frequentei mais o cursinho, não estudei mais nada e o Exame será neste domingo. Estou muito ansiosa, nervosa, tenho crises diárias de enxaqueca, me arranho, tiro fios de cabelo, tenho vontade de morrer, quase tudo me deixa com os nervos a flor da pele.




Hoje, preferi contar sobre meu cotidiano, nos próximos posts escreverei sobre meu psiquiátrico, minha história e tudo que for relevante para este.



Boa tarde e sejam bem-vindos!
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